Orientação para professores e Coordenadores de TDAH
Transtorno de Déficit de atenção e hiperatividade
Orientações para professores e coordenadores
Acomodações na sala de aula:
1. O aluno deve ser colocado para sentar próximo à área onde o professor permanece o maior tempo e distante de outros locais que possam provocar distração (janela, porta, etc.) ou de colegas inquietos e desatentos.
2. O aluno deve ser colocado para sentar perto de alunos que possam colaborar.
3. Na medida do possível, o professor deve se posicionar próximo ao aluno enquanto apresenta a matéria.
4. O professor deve dar assistência individual a este aluno, checando seu entendimento a cada passo da explicação e usando seu caderno para dar exemplos.
5. Um quadro bem visível com as rotinas e comportamentos desejáveis em sala de aula devem ser afixados próximos a esse aluno.
6. Somente o material necessário deverá ficar em cima da carteira. No caso de crianças pequenas vale a pena guardar seu material e fornecer somente o necessário.
Apresentação das informações/do conteúdo da aula
1. O professor deve tornar o processo de aprendizado o mais concreto e visual possível, as instruções devem ser curtas e objetivas.
2. O aluno deverá receber instrução de forma segmentada, seriada (evitando-se longas apresentações) e multissensorial, contemplando diferentes estilos de aprendizagem (visual, auditiva e cinestésica (Mão na massa).
Auditivo: Utilize músicas didáticas, converse sobre algo que queira ensinar e leia histórias para que ele aprenda um novo vocabulário, por exemplo. Também vale ditar textos para ele escrever ou colocar CDs educativos para ele ouvir e depois repetir. Evite: ruídos no ambiente, que atrapalham a escuta.
Visual: Procure recursos visuais sobre as matérias estudadas. Estimule-o a construir imagens mentais dos conteúdos que estiver estudando ou sugira que ele desenhe o que acabou de aprender. Deixe sempre à mão livros e revistas e recomende a leitura para facilitar o aprendizado. Evite: o exagero de estímulos visuais, pois uma grande quantidade de informações recebidas pode acabar provocando distração.
Cinestésico: mão na massa O importante para ele é usar a expressão corporal. O cinestésico prefere atividades práticas na hora de aprender, gosta de se mover, de tocar… Enquanto escuta uma explicação, é comum olhar para baixo, como se estivesse distraído. Gosta de esportes, dança, construção ou destruição. Sugira uma experiência relacionada ao que foi ensinado, como plantar uma semente para entender o processo de inseminação. Como a experiência motora é essencial, faça-o mudar de posição quando estiver realizando alguma tarefa.
3. Se o aluno tem dificuldades para fixar através do aprendizado visual, utilizar recursos verbais, por exemplo, incentiva-lo a gravar as aulas para recordá- -las em casa.
4. Quando possível utilizar cores vivas nos diferentes recursos visuais.
5. Se assegurar de que o aluno escutou e entendeu as explicações e instruções.
6. Manter na lousa apenas as informações necessárias para o tema.
7. Antes de iniciar uma nova matéria utilizar alguns minutos para recordar a matéria anterior. Desta forma criam-se elos entre os assuntos favorecendo a atenção e fixação das informações na memória.
8. O professor pode usar o recurso de colocar um pequeno símbolo, algo como uma estrela, no caderno do aluno durante a execução de atividades de sala de aula. Assim quando o aluno chegar às estrelas ele poderá avisar o professor, que passará a monitorar o seu progresso na atividade.
9. No livro, apostila, caderno ou provas, outros exercícios que não os executados pela criança devem ser encobertos com uma folha para que o aluno se ocupe com um exercício de cada vez.
10. Após uma pergunta, dar um tempo extra para reflexão.
As atividades em sala de aula e tarefas de casa do aluno com TDAH devem atender aos seguintes princípios:
1. Os grupos de trabalho são bem vindos, mas evitar que tenham número maior do que três alunos.
2. Designar responsabilidades e tornar o aluno com TDAH um ajudante de sala de aula. Essa providência pode ser muito útil para atenção, autoestima e inibição comportamental.
3. • O aluno com TDAH deve receber as informações e executar suas tarefas em grau de dificuldade adequado para suas necessidades (sucesso alcançável).
4. • Simplificar e dividir instruções complexas, tornando-as mais concretas e atreladas a conhecimentos prévios, relevantes e da vida diária do aluno.
5. Tempo mínimo (evitando que o aluno abandone a atividade antes de tentar finalizá-la) e tempo extra para a execução das atividades devem ser previamente estabelecidos pelo professor.
6. Coibir hábitos de multitarefas (executar várias tarefas ao mesmo tempo dividindo a atenção entre elas) em casa e na sala de aula.
7. O uso de recursos tecnológicos (computador, tablet, calculadora, corretor ortográfico, etc.) na realização das atividades de sala de aula e tarefas de casa pode ser de grande ajuda.
8. Os trabalhos de maior duração devem ser divididos em segmentos, podendo ser entregues em várias etapas.
9. Quando houver acesso à internet, o professor pode auxiliar o aluno enviando para ele anotações e resumos das aulas dadas, bem como lembrá-lo das tarefas de casa.
10. O aluno colaborador pode auxiliar o aluno com TDAH checando suas tarefas de casa e anotações de sala de aula.
As avaliações do aluno com TDAH devem atender aos seguintes princípios:
1. O professor deve priorizar o progresso individual do aluno com TDAH, tendo por base um Plano Educacional Individualizado e a valorização de aspectos qualitativos ao invés de quantitativos.
2. É recomendado que ao invés de poucas avaliações cobrando um grande conteúdo de informações, seja realizado maior número de avaliações com menor conteúdo de informações (segmentação).
3. Quando achar necessário, o professor pode ler as perguntas para o aluno, aplicar avaliação oral ao invés de escrita ou avaliações a serem realizadas em casa ao invés de na escola.
4. Na medida do possível permitir que o aluno faça suas avaliações em lugar com menos estímulos que possam comprometer sua atenção.
5. Tempo mínimo (evitando que o aluno abandone a avaliação antes de tentar finalizá-la) e tempo extra podem ser previamente estabelecidos pelo professor quando assim achar necessário.
6. O aluno deve poder consultar livros e outros recursos durante a realização das avaliações.
7. O aluno não deve ser avaliado pela sua caligrafia.
Para o melhor desenvolvimento da capacidade de organização do aluno com TDAH, os seguintes princípios devem ser seguidos:
1. O aluno deve poder levar para casa o material didático utilizado na escola.
2. Agenda ou fichário pode ser um bom instrumento para ajudar o aluno a se organizar. O professor deve pedir a ele para anotar os deveres e recados, bem como certificar-se de que ele o fez.
3. O professor deve manter os pais informados na frequência necessária para o aluno em questão (diária, semanal ou mensal).
4. Em casa, os pais devem auxiliar o professor no desenvolvimento das habilidades de organização da criança.
Comportamento:
1. O aluno deve ser frequentemente informado sobre seu comportamento para desenvolver sua capacidade de automonitoramento.
2. O aluno deve fazer um “contrato” com o professor e os pais se comprometendo em reduzir os comportamentos inapropriados e de aumentar os apropriados. Correspondendo as regras do “contrato” receberá recompensas imediatas pelos comportamentos adequados e sucessos alcançáveis.
3. O professor pode usar sinais não verbais para o aluno manter a atenção na lição (como colocar a mão na sua carteira) evitando chamar a atenção de outros alunos.
4. O professor deve ajudar a criança nos momentos mais críticos como no trânsito de uma sala de aula para outra, na hora do recreio e das refeições.
5. Programar pausas e outras recompensas para atitudes adequadas, como se comportar bem e permanecer atento à aula. O importante é que essas recompensas não sejam distantes, ocorram em curto prazo.
Autoconceito e vida emocional:
1. O professor não deve enfatizar os fracassos do aluno com TDAH ou comparar seu desempenho ao de seus colegas.
2. Promover encorajamento verbal e motivação (“você consegue fazer isto!”).
3. O aluno deve ter uma pessoa de referência na escola para lhe oferecer apoio e acolhida em momentos críticos relacionados aos seus comportamentos e ou emoções.
4. O aluno deve receber elogios e oportunidades para desenvolver seus talentos e habilidades especiais.
5. O aluno deve ter a oportunidade de se mover mais frequentemente que os demais alunos da classe.
6. Os pais devem ser frequentemente informados pelo professor a respeito dos comportamentos do aluno.
7. O professor deve se reunir com o aluno toda semana, oferecendo a oportunidade dele verbalizar suas dificuldades, progressos, ansiedades.
Embasada na cartilha de inclusão desenvolvida por Marco A. Arruda e Mauro de Almeida